Nos primeiros séculos, devido aos perigos das heresias e apostasias provocadas pelas perseguições, se começou a fazer maiores exigências com os que desejas-sem tornar-se cristãos. Somente se admitia um candidato mediante a apresentação de um padrinho. Este, depois, o acompanhava durante os anos de preparação (três ou quatro anos), observando seu comportamento. Os candidatos, aos domingos, participavam da celebração da palavra. Depois, se retiravam, enquanto os cristãos continuavam a celebração eucarística.
No período de preparação à Páscoa, o catecúmeno participava mais intensamente da preparação. Ao aproximar-se da festa, o padrinho apresentava o catecúmeno ao bispo, que o recebia em nome do Senhor. Em seguida, o instruía sobre a Sagrada Escritura e as verdades do Creio.
Na noite que precedia a Páscoa, rezavam o Creio e o pai-nosso, recebiam a unção pré-batismal e depois eram batizados. Em Nazaré, ainda se encontram as ruínas de uma piscina deste tempo. Pode-se ver que o catecúmeno descia três degraus que o levava ao fundo. Ficava com água até o peito. Neste momento o celebrante o batizava, apoiando a mão na cabeça do catecúmeno e fazendo-o imergir por três vezes, dizendo: "Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Em seguida, o recém-batizado subia pelo outro lado da piscina. Assim podia se entender melhor que o batismo era uma imersão na morte de Jesus (morte ao pecado) e uma ressurreição (subia um homem novo, sem pecado). Ou, podia ser uma passagem semelhante àquela dos hebreus, através do mar Vermelho, quando saíram do Egito. O batismo se apresentava como um novo êxodo, rumo à liberdade. Uma passagem da morte para a vida. Do pecado para a graça.
O batismo não é uma chegada. É uma partida que nos leva pelo caminho da verdadeira liberdade. São Pau-lo nos diz: "Irmãos, vocês foram chamados para ser livres" (GI 5,13), pois "Cristo nos libertou para que seja-mos verdadeiramente livres. Portanto, fiquem firmes e não se submetam de novo ao jugo da escravidão" (GI 5,1).
Quanto ao batismo, "não se trata de limpeza da sujeira corporal, mas de compromisso solene de uma boa consciência diante de Deus, mediante a ressurreição de Jesus Cristo" (1Pd 3,21). Na verdade, nossa vida se desenvolve entre dois batismos: aquele da água e aquele da nossa morte. Entre os dois existe o tempo do deserto, através do qual, a exemplo do povo de Deus, caminhamos para a terra prometida. Neste tempo, Deus nos acompanha com sua palavra, nos alimenta com a eucaristia, nos guia pelo Espírito Santo e nos pede que caminhemos de mãos da-das com nossos semelhantes.
Do século VI ao XII
Nestes séculos, se reduz o tempo de preparação ao batismo (catecumenato). Toma-se normal o batismo de crianças. Por isso, o papel do padrinho muda. Agora, é aquele que representa e fala em nome daquele que será batizado.
Do século XII ao Vaticano II
A alta mortalidade infantil da Idade média faz com que se batize a criança quanto antes. E por comodidade, aos poucos, se abandona o batismo por imersão e se passa a batizar por infusão (se derrama água sobre a cabeça). No século XIV, praticamente, não existe mais batismo por imersão.
No início do século X, o batismo começa a ser administrado também fora da Páscoa.
E no século XII, em geral, existe somente batismo de crianças. Então, o catecumenato desaparece. Este costume chega até o Vaticano II. Depois do Concílio surgem cursos para pais e padrinhos, preparando o batismo.
Sacerdócio dos fiéis
São Pedro diz: "Vocês são raça eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus, para pro-clamar as obras maravilhosas daqueles que chamou vocês das trevas para a sua luz maravilhosa. Vocês que antes não eram povo, agora são povo de Deus" (1 Pd 2, 9-10).
Por: Arquidiocese de Campo Grande
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