4 de dez. de 2011

As Pragas Mais Mortiferas da História

Designa-se como praga ou peste o surto de determinadas espécies nocivas ao desenvolvimento agrícola ou que destroem a propriedade humana, perturbam os ecossistemas, ou que provocam doenças epidémicas no homem ou noutros animais.
Embora se refira, geralmente, a animais (insectos e ratos, principalmente), também se pode aplicar a ervas daninhas, consideradas invasoras, prejudiciais à biodiversidade de alguns ambientes ou à produção agrícola. No primeiro caso, temos, por exemplo, os gafanhotos que nas suas migrações podem devastar campos; no segundo, o caso das acácias ou do eucalipto, que se propagam facilmente, não permitindo a existência de outras espécies de árvore.
O conceito oficial de praga é estabelecido pela FAO como sendo: "qualquer espécie, raça ou biótipo de vegetais, animais ou agentes patogênicos, nocivos aos vegetais ou produtos vegetais". Portanto, o termo praga compreende animais (insetos, ácaros e nematóides) e doenças (causadas por fungos, bactérias, vírus e viróides).


1. Varíola (430 a.C. - 1.977)

Matou quase 500 milhões de pessoas apenas no século 20

A varíola sempre foi a causa de epidemias mortíferas.

O vírus da varíola é um Orthopoxvirus, um dos maiores vírus que infectam seres humanos, com cerca de 300 nanômetros de diâmetro, o que é suficientemente grande para ser visto como um ponto ao microscópio óptico. Há somente outro vírus infectante no mundo todo com este tamanho. O seu genoma é de DNA e é dos mais complexos existentes.

O último caso registrado de varíola ocorreu na Somália em 1977 e o seu vírus hoje só é guardado em dois laboratórios governamentais bem vigiados, nos EUA e na Sibéria, Rússia.



2. Peste negra (1.340 - 1.771)
Matou 75 milhões de pessoas no mundo todo
Peste negra é a designação por que ficou conhecida, durante a Idade Média, a peste bubônica, pandemia que assolou a Europa durante o século XIV e dizimou em torno de 25 a 75 milhões de pessoas, pois alguns pesquisadores acreditam que o número mais próximo da realidade é de 75 milhões de pessoas, um terço da população da época.
A Peste Negra foi uma epidemia que atingiu a Europa, a China, o Oriente Médio e outras regiões do Mundo durante o século XIV (1347-1350), matando um terço da população da Europa e proporções provavelmente semelhantes nas outras regiões. A peste não só dizimou a população como largamente destruiu a brilhante civilização européia da baixa Idade Média, da construção das catedrais e do feudalismo, que foi substituída pela bastante diferente civilização das Descobertas e do Renascimento, logo que a população voltou a crescer. Durante o período de revolução que causou, instituições milenares como a Igreja Católica foram questionadas, novas formas de religião místicas e de pensar prosperaram e minorias inocentes como os leprosos e os judeus foram perseguidas e acusadas de serem a causa da peste.
A bactéria entra por pequenas quebras invisíveis da integridade da pele. Daí espalha-se para os gânglios linfáticos, onde se multiplica.
Após no máximo sete dias, em 90% dos casos surge febre alta, mal estar e os bulbos, que são protuberâncias azuladas na pele. São na verdade apenas gânglios linfáticos hemorrágicos e inchados devido à infecção. A cor azul-esverdeada advém da degeneração da hemoglobina. O surgimento dos bulbos corresponde a uma taxa média de sobrevivência que pode ser tão baixa como 25% se não for tratada. As bactérias invadem então a corrente sanguínea, onde se multiplicam causando peste septicêmica.
A peste septicêmica caracteriza-se pelas hemorragias em vários órgãos. As hemorragias para a pele formam manchas escuras, de onde vem o nome de peste negra. Do sangue podem invadir qualquer órgão, sendo comum a infecção do pulmão.
A peste pneumônica pode ser um desenvolvimento da peste bubônica ou uma inalação direta de gotas infecciosas expelidas por outro doente. Há tosse com expectoração sanguinolenta e purulenta altamente infecciosa. A peste inalada tem menor período de incubação (2-3 dias) e é logo de início pulmonar, sem bulbos. Após surgimento dos sintomas pulmonares a peste não tratada é mortal em 100% dos casos.
Mesmo se tratada com antibióticos, exceto se na fase inicial, a peste tem ainda uma mortalidade de 15%.



3. Gripe espanhola (1.918 - 1.919)
Matou 50 a 100 milhões de pessoas em menos de 2 anos
Entre 1918 e 1919 a epidemia de Gripe Espanhola matou mais pessoas do que Hitler, armas nucleares e todos os terroristas da história somados. No Rio de Janeiro, morreram 17 mil pessoas em dois meses. Os familiares, desesperados, jogavam seus mortos na rua com medo de contrair a doença.
A influenza espanhola era mais severa que a gripe comum, mas tinha os mesmos sintomas iniciais como garganta dolorida, dor de cabeça e febre. Mas comumente em muitos pacientes a doença progredia para algo muito pior do que espirros. Calafrios intensos e fatiga vinham acompanhados de fluido nos pulmões. Se a gripe passava do estágio de pequena inconveniência geralmente a pessoa já estava pré-destinada a morrer.
Mesmo hoje não há cura para o vírus Influenza. Tudo o que os médicos podiam fazer era deixar seus pacientes o mais confortáveis possível. A cor azulada na pele dos doentes evoluía para marrom ou roxo e seus pés ficavam pretos. Os “sortudos” se afogavam com o fluído nos pulmões. Os outros desenvolviam pneumonia bacteriana e agonizavam de uma infecção secundária. Como os antibióticos ainda não haviam sido inventados essa doença também não podia ser tratada.

4. Malária (1.600 até os dias atuais)
Mata 2 milhões de pessoas por ano
A malária mata 2 milhões de pessoas por ano, uma taxa só comparável à da AIDS, e afeta mais de 500 milhões de pessoas todos os anos. É a principal parasitose tropical e uma das mais freqüentes causas de morte em crianças nesses países: (mata um milhão de crianças com menos de 5 anos a cada ano). Segundo a OMS, a malária mata uma criança africana a cada 30 segundos, e muitas crianças que sobrevivem a casos severos sofrem danos cerebrais graves e têm dificuldades de aprendizagem.
Não há estatísticas muito precisas, pois muitos casos ocorrem em áreas rurais onde as pessoas não têm acesso hospitalar. Conseqüentemente a vasta maioria dos casos não é documentada.
A malaria é uma das doenças infecciosas mais comuns e um enorme problema de saúde publica. O parasita e transmitido pela fêmea do mosquito Anopheles. Uma vez que o hospedeiro e infectado, o parasita passa a se multiplicar dentro das hemácias causando sintomas da anemia (dores de cabeças, falta de ar, taquicardia, etc.), e também sintomas gerais como febre, calafrios, náuseas. Os sintomas são parecidos com os da gripe e pode levar ao coma e morte.
A doença é causada por um protozoário do gênero Plasmódio. É muito disseminado em zonas tropicais e subtropicais incluindo partes das Américas, Ásia e África.

5. AIDS/SIDA (1.981 até os dias atuais)
Já matou 25 milhões de pessoas mundialmente
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida levou à morte mais de 25 milhões desde que foi identificada em 1981, o que a tornou umas das mais destrutivas epidemias registradas na história. Apesar dos tratamentos antiretrovirais e cuidados em muitas regiões do planeta a AIDS reclamou, apenas em 2005, aproximadamente 3,1 milhões de vidas, dos quais 570 mil eram crianças. Algumas entidades afirmam que os números da AIDS atingiram recordes de contaminação de todos os tempos. Estima-se que 40,3 milhões de pessoas no mundo estejam convivendo com a doença e que 5 milhões tenham sido infectadas apenas em 2005.
A epidemia não e homogênea com algumas regiões mais afetadas do que outras. Apesar das extenuante campanha global de prevenção o número de contaminações continua a crescer. A região do Sub-Saara africano continua sendo a mais afetada com 26,4 milhões de pessoas contaminadas, um milhão a mais do que em 2003. 64% de todos os contaminados no mundo vivem naquela região e 77% de todas as mulheres contaminadas. Em segundo lugar fica o sul e sudoeste da Ásia com 15% dos contaminados.
Os fatos-chave sobre a origem da AIDS ainda não estão bem claros, particularmente onde e quando a pandemia se iniciou, porém se imagina que tenha derivado de uma doença que afeta alguns primadas africanos.

Dr° Sérgio Eduardo

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