20 de nov. de 2011

Epinefrina

Ações terapêuticas.
Broncodilatador, vasoconstritor, estimulante cardíaco, coadjuvante de anestésico local, anti-hemorrágico tópico.
Propriedades.
Broncodilatador adrenérgico que estimula os receptores adrenérgicos b 2 nos pulmões, para relaxar o músculo liso bronquial e aumentar a capacidade vital. Diminui o volume residual e reduz a resistência das vias aéreas. Esta ação é conseqüência do aumento de AMP3'-5' cíclico produzido pela ativação da enzima adenilatociclase. Atua também, sobre os receptores alfa-adrenérgicos para contrair as arteríolas bronquiais. Atua sobre os receptores adrenérgicos b 1 no coração e produz aumento da força da contração por um efeito inotrópico positivo no miocárdio. Produz vasoconstrição e aumento da resistência periférica, contribuindo, assim, para os efeitos da pressão. Em doses baixas, produz uma elevação moderada da pressão arterial sistólica. Em doses mais altas, atua sobre os receptores alfa-adrenérgicos dos vasos do músculo esquelético, o que causa vasoconstrição e uma elevação das pressões arteriais sistólica e diastólica. Coadjuvante de anestesia local: atua sobre os receptores alfa-adrenérgicos da pele, membranas mucosas e víceras;produz vasoconstrição e assim diminui a velocidade de absorção vascular do anestésico local utilizado, o que faz com que a anestesia se localize; prolonga a duração da ação e diminui o risco de toxicidade devido ao anestésico. Também produz vasoconstrição da conjuntiva e hemostasia nas hemorragias de pequenos vasos; diminui a congestão conjuntival. Contrai o músculo dilatador da pupila e produz midríase. Atua como descongestionante nasal por vasoconstrição ao atuar sobre os receptores alfa-adrenérgicos da mucosa nasal. Metaboliza-se no fígado e é excretada por via renal.
Indicações.
Asma brônquica, bronquite, enfisema pulmonar, bronquiectasia, doença pulmonar obstrutiva crônica. Em reações alérgicas graves, por combater a hipotensão produzida pela anestesia raquidiana. Parada cardíaca, bloqueio A-V transitório, síndrome de Adams-Stokes; como coadjuvante da anestesia local, congestão conjuntival, hemorragia superficial em cirurgia ocular, congestão nasal.
Posologia.
Adultos - como broncodilatador: por via subcutânea, 0,2 a 0,5mg cada 20 minutos a 4 horas, conforme a necessidade. Reações anafiláticas: IM ou subcutânea, 0,2 a 0,5mg cada 10 a 15 minutos, conforme a necessidade. Como vasoconstritor (choque anafilático): IM ou subcutânea, 0,5mg seguidas de 0,025 a 0,05mg via IV cada 5 a 15 minutos, conforme a necessidade. Como estimulante cardíaco: intracardíaco ou IV, 0,1 a 1mg cada 5 minutos, se for necessário. Como coadjuvante da anestesia, para o uso com anestésicos locais: 0,1 a 0,2mg em uma solução de 1:200.000 a 1:20.000. Como anti-hemorrágico, midriástico ou descongestionante: solução de 0,01 a 0,1%.
Reações adversas.
Moléstias ou dor no peito, calafrios, febre, taquicardia, cefaléias contínuas ou graves, náuseas ou vômitos, dispnéia, bradicardia, ansiedade, visão turva ou dilatação das pupilas não-habitual; debilidade grave, nervosismo ou inquietude.
Precauções.
O médico deverá ser consultado se persistir a dificuldade de respirar após a utilização da medicação. Em diabéticos pode aumentar a concentração de glicose no sangue. Pode aparecer secura na boca e garganta. Evitar a administração simultânea de corticóides ou ipratrópio em aerossol para inalação. A utilização de epinefrina durante a gravidez pode produzir anoxia no feto. Não se recomenda sua utilização durante o parto, porque sua ação relaxante dos músculos do útero pode retardar o segundo estágio. Por ser excretada no leite materno, seu uso em mães pode produzir reações adversas importantes no lactente.
Interações.
 Outros medicamentos com ação bloqueadora alfa-adrenérgica (haloperidol, loxaprina, fenotiazinas, tioxantenos, nitritos) podem bloquear os efeitos alfa-adrenérgicos da epinefrina, com produção de hipotensão grave e taquicardia. Os anestésicos orgânicos hidrocarbonados inaláveis (clorofórmio, enflurano, halonato, isoflurano) podem aumentar o risco de arritmias ventriculares graves e diminuir os efeitos de hipoglicemiantes orais ou insulina, dado que a epinefrina aumenta a glicemia. Os efeitos dos anti-hipertensivos e diuréticos podem resultar diminuídos e, quando se administra simultaneamente com bloqueadores beta-adrenérgicos, pode haver inibição mútua dos efeitos terapêuticos. O uso de estimulantes do SNC pode originar uma estimulação aditiva deste, o que pode produzir efeitos não-desejados. Os glicosídeos podem aumentar o risco de arritmias cardíacas. A ergometrina, ergotamina ou oxitocina podem potencializar o efeito constritivo da epinefrina e diminuir os efeitos antiaginosos dos nitratos.
Contra-indicações.
Deve ser avaliada a relação risco-benefício na presença de lesão cerebral orgânica, doença cardiovascular, arritmias cardíacas, dilatação cardíaca, arteriosclerose cerebral, insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão, diabetes mellitus, glaucoma de ângulo fechado, hipertireoidismo, feocromocitoma e choque cardiogênico.

Dr° Sérgio Eduardo

0 comentários

Postar um comentário