25 de out. de 2011

Holocausto Judeus

O Holocausto de seis milhões de judeus europeus durante a 2 Guerra Mundial foi um dos fatos mais terríveis da humanidade, porém esse acontecimento deveria ser esperado. Afinal, a Europa foi acumulando aversão aos judeus durante séculos. Toda essa hostilidade crescente chegaria, mais cedo ou mais tarde, a um ponto de ebulição.
Adolf Hitler chegou ao poder num momento em que o ódio contra os judeus era intenso, e ele se aproveitou para canalizar todo esse ódio ao seu plano de extermínio dos judeus. Durante os anos do governo nazista na Alemanha, os judeus perderam sua cidadania e se tornaram seres humanos sem direito a refúgio e a uma mínima dignidade. Tal política sistemática de desprezo aos judeus foi a etapa necessária para iniciar o extermínio. O ódio europeu aos judeus finalmente alcançou seu ponto de ebulição.
Há evidências históricas de que desde o começo da guerra os Aliados tinham algum conhecimento do extermínio dos judeus em campos de concentração. É provável que se a suspeita de extermínio envolvesse suíços ou escandinavos, os Aliados tivessem adotado medidas mais enérgicas para apurar e comprovar os acontecimentos nos campos de concentração — sem mencionar medidas para deter as matanças. Mas não houve reação e interesse necessário, pois os massacrados pertenciam a um grupo desprezado por todas as nações.
O próprio Hitler apostava tanto no desprezo mundial aos judeus que ele deu a um numeroso grupo de judeus a liberdade de sair da Alemanha de navio e se refugiar em qualquer país que quisessem. O navio passou por portos de algumas nações, com sua carga de infelizes seres humanos. Nenhuma nação estava mostrando disposição real e sincera de abrir os braços para acolher os judeus.[1] Hitler acertou na sua previsão.
Talvez tal reação indiferente da comunidade internacional ao desespero dos judeus tenha deixado Hitler mais convicto de seus propósitos assassinos contra os judeus. Debaixo dos olhos indiferentes das nações, os nazistas despejaram sobre seis milhões de judeus o ódio europeu acumulado durante séculos.
Não há nada que se possa fazer para recuperar tantas vidas perdidas para a insanidade antijudaica nazista, mas o Holocausto deveria ser marcado como um memorial ao direito à vida que os judeus, como todos os seres humanos, têm.
As tentativas modernas, entre grupos neonazistas e muçulmanos radicais, de negar o Holocausto só tendem a inflamar de novo um ódio que não pára de crescer até chegar ao seu ápice de sacrifício de milhões. A negação, nesse caso, é o Holocausto da própria Verdade.
Outra tentativa de neutralizar o Holocausto de sua essência judaica é adicionando desproporcionalmente ao Holocausto outros grupos humanos, como se milhões deles também tivessem perecido. Hitler realmente se aproveitou dos campos de concentração para exterminar também ciganos, criminosos, estupradores, opositores do nazismo e homossexuais. Mas sua principal finalidade para esses campos era os judeus. Seu ódio máximo era contra os judeus. Somente os judeus foram exterminados em seis milhões de vítimas.Depois da guerra, havia ainda muitos opositores do nazismo, criminosos, estupradores e homossexuais europeus. Mas não havia muitos judeus. Os judeus da Europa enfrentaram sua quase extinção.

Ao lembrarmos o Holocausto, precisamos agir a fim de que o ódio contra os judeus não venha novamente a se acumular. Precisamos também ter o cuidado de não adotar uma posição indiferente, como fizeram os Aliados, pois tal indiferença é dar liberdade para os odiadores despejarem seu ódio contra suas vítimas. A indiferença também tornou o Holocausto possível.

Precisamos, pois, nos lembrar de que o Holocausto é um monumento ao preço que os judeus pagaram pelo ódio e indiferença. Estupradores, criminosos e outros grupos socialmente rejeitados pelos nazistas foram mortos em campos de concentração, mas só os judeus experimentaram o sacrifício elevadíssimo de seis milhões de sua raça. Só os judeus tiveram um extermínio quase total. Portanto, todos os que respeitam verdadeiramente os direitos humanos precisam se lembrar do Holocausto como um acontecimento judaico. O Holocausto foi dos judeus.

Dra° Shelsia Islany

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