E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete
Deitada no canto, seus tornozelos sangramE a dor é menor do que parece
Quando ela se corta ela se esquece
Que é impossível ter da vida calma e força
Viver em dor, o que ninguém entende
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer…Como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente
Nada existe pra mim, não tente
Você não sabe e não entende
E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito
Clarisse sabe que a loucura está presente
E sente a essência estranha do que é a morte
Mas esse vazio ela conhece muito bem
De quando em quando é um novo tratamento
Mas o mundo continua sempre o mesmo…”
Mas o mundo continua sempre o mesmo…”
Começo este post um parte da musica Clarisse do Legião Urbana, uma música que mesmo gostando do Legião eu nunca havia ouvido. Descobri esta música quando resolvi fuçar a internet a procura de informações sobre Cutting, ou AutoMutilação, como preferir. Mas o que vem ser auto-mutilação? Não deve ser muito difícil de imaginar e foi um assunto que surgiu junto a sociedade no caso de uma brasileira que morava na Suiça e havia cortado o corpo, criando escritas e desenhos. Portanto auto-mutilação é o ato de uma pessoa se cortar ou perfurar a pele com objetos cortantes como forma de de auto-punição ou como forma de substituir uma dor emocional por uma dor física, mas sem a intenção de se suicidar. O caso particular da brasileira não é muito comum de acontecer, porem a auto-mutilação é algo que muito constante na sociedade moderna, principalmente pela constante cobrança e stress emocional pelo qual o ser humano tem vivido.
Estima-se que nos Estados Unidos pelo menos 17% da população entre 18 e 24 anos já tenham se cortado intencionalmente uma vez na vida. E mais de 70% deles repetiram o ato. Aqui no Brasil não existe uma estatística oficial, mas só no Orkut existem mais de 20 comunidades do tipo com em média 500 participantes, algumas com relatórios macabros. No Brasil o único centro oficial de tratamento existente esta na área psiquiatra do Hospital das Clinicas em SP, onde o número de atendimentos aumenta constantemente. Muitos psicólogos ainda não sabem lidar direito com esta questão que tem afetado cada vez mais pessoas, o que acaba desolando os pacientes tão ansiosos por alguém que os faça parar.
A Origem da AutoMutilação está na amenização da dor de uma depressão
A origem do transtorno ainda é confusa para os especialistas. Uns acreditam que ao se cortarem os usuários liberam mais endorfina agindo no cérebro com uma sensação de bem-estar que diminui a ansiedade e a tristeza. Tornando a mutilação um vício. A outra parte dos especialistas acredita que a automutilação é um sintoma de doenças emocionais, como a depressão, ou seja, as pessoas que fazem isso não tem um modo saudável desenvolvido de lidar com emoções fortes, pressões intensas e problemas de relacionamentos abalados. Em alguns casos podem estar relacionadas a distúrbio bipolar, distúrbios alimentares, pensamentos obsessivos ou comportamentos compulsivos. Mas normalmente a automutilação surge da culpa, começa em um impulso. A pessoa muitas vezes nem sabe de onde surgiu essa culpa, mas sente a necessidade de se ferir e se livrar de uma situação abaladora.
Mas se existem tantas pessoas com esta síndrome, porque não é possível vê-las todas cortadas pela rua? Simples, normalmente as pessoas se cortam em seus pulsos, braços, pernas ou barrigas. Principalmente em regiões escondidas ou próximo ao cotovelo aonde ninguém suspeita de cortes ou raladas. Algumas pessoas se machucam queimando sua pele com cigarro ou com um fósforo aceso.
Muitas vezes esta situação ocorre tão em seu intimo que ninguém, além delas, sabem disso.
Muitas vezes esta situação ocorre tão em seu intimo que ninguém, além delas, sabem disso.
A maioria das pessoas que praticam a mutilação não estão interessadas em suicidar-se, estão apenas interessadas em se sentir melhor, sem acabar com tudo. Mas esta pratica pode se tornar um hábito, principalmente quanto mais ele ou ela sente a necessidade de fazer isso. Quando o cérebro começa a ligar o falso senso de alívio com os sentimentos ruim ao ato da mutilação e anseiam este alívio na próxima vez que tiver essa tensão. Quando a automutilação se torna um comportamento compulsivo, pode parecer impossível de parar, algo que acaba controlando a pessoa.
Não adianta para quem esta de fora tentar parar a pessoa, brigando ou se afastando dela. Como em todos os casos de depressão e abalos emocionais, somente a amizade e uma boa conversa pode ajudar, alem é claro de tratamento com antidepressivos.
Mas se ao chegar neste ponto do post você se parecer preocupado achando que eu estou passando por um momento destes descrito acima, sim estou, mas não eu em meu corpo, estou passando por isso como um espectador, que esta preocupado com os últimos acontecimentos que levaram um dos meus melhores amigos a começar a se mutilar. Resolvi ir buscar na internet a resposta para que eu como amigo possa dar todo o apoio para que ele saia da depressão, para que possa não me surpreender com os seus atos, quando na madrugada receber suas ligações desesperadas. Acabo com isso aprendendo um pouco mais sobre o assunto, não da forma como gostaria, mas de certa forma de uma maneira para enriquecer meus conhecimentos, da forma como diz o ditado, vivendo e aprendendo. Embora ele tenha muitos bons amigos que também o estão ajudando, me sinto na necessidade de estar ao seu lado e ajuda-lo, pela proximidade de nosso convívio pela e cumplicidade de anos de amizade.
Abaixo alguns relatos de automutilação encontrados pela internet e Orkut:
“Não aceitava minha condição de homossexual, comecei a constantemente a realizar cortes em meu penis, como forma de me punir. “
“…Eu achava bonito meu braço cheio de cortes e de sangue…ai comecei a fazer cortes mais profundos..hj em dia..eu estou com 18 anos…eu costumo cortar mais as coxas…minhas coxas são totalmente retalhadas….tenho cicatizes por todo corpo…”
“Foi quando numa depressão severa .. tbm tentei desabafar , sempre com as pessoas erradas como já foi dito aqui deu no que deu comecei a me cortar .. hoje em dia quando qualquer coisa me frustra apelo pros cortes”
“A primeira vez for por causa da anorexia , me sentia imunda e queria me punir por não ter conseguido emagrecer no tempo certo , peguei uma faca de cozinha daquelas de cerrinha e fiz alguns cortes , isso não cessou quando eu descobri que me acalmava fazendo aquilo .”
“Tem na minha cabeça um comando de voz, que me ordena a fazer isto, quando não faço fico até com dor de cabeça, é irresistível, pois quando me corto sinto um grande prazer.”
“a dor fisica é cócegas perto da dor espiritual…..qdo nos sentimos vazios…sensação de completa inutilidade…….vc não qr mais sentir aquela dor……e então vc pega algo cortante e se corta………..pronto!…….as dores passaram e vc se sente melhor”
Dra° Shelsia Islany
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