15 de mar. de 2012

História das Guerras Púnicas

Na Antigüidade, podemos observar que o mar Mediterrâneo foi um dos maiores centros comerciais da História. Interligando as diferentes civilizações que se desenvolviam em suas proximidades, a navegação de fim comercial pelo Mediterrâneo era de extrema importância para a economia desses diferentes povos. Por volta do século III a. C., Cartago abrigou uma das mais prósperas civilizações comerciais do Mundo Antigo. Localizados no Norte da África, os cartagineses produziam riquezas que circulavam pelas regiões da Europa e da Ásia Menor.

Até então, Roma era uma das principais aliadas comerciais de Cartago. Em geral, comercializavam perfumes, trigo, pedrarias, tecidos e metais. No entanto, com o início do projeto expansionista romano, as relações entre cartagineses e romanos começaram a se estremecer. De aliadas, as duas civilizações começaram a rivalizar a hegemonia comercial sobre o Mar Mediterrâneo. Na guerra pelo domínio da Messina, em 264 a.C., região de acesso à Península Itálica, os romanos entraram em conflito com as frentes de batalha de Cartago.

Logo após incessantes batalhas navais, a Primeira Guerra Púnica acabou em 241 a.C. com a vitória dos romanos que receberam grandes indenizações e o controle sobre as ilhas da Sicília, da Sardenha e de Córsega. Inconformados com as derrotas sofridas, Cartago combateu os romanos vinte e três anos mais tarde. A Segunda Guerra Púnica deflagrou-se em torno do controle das regiões mineradoras do norte da Península Ibérica. Aníbal Barca, general cartaginês, empreendeu uma forte investida militar que ameaçou seriamente os romanos.

Incitando os gregos a se rebelarem contra os macedônios, aliados dos cartagineses, Roma conseguiu fazer frente às forças militares de Cartago. Na batalha de Metauro, em 207 a.C., os romanos conseguiram uma significativa vitória que acuou as tropas cartaginesas. Sob o comando do general romano Cipão, os romanos conseguiram impor mais uma derrota aos cartagineses. Dessa vez, Cartago foi obrigada a ceder suas posses na Península Ibérica, repassar todas as embarcações militares aos romanos e prometer não invadir a região da Numídia.

Acuada pelas derrotas sofridas, a economia cartaginesa foi obrigada a focar-se nas atividades agrárias. Com passar do tempo, os produtos agrícolas de Cartago conseguiram fazer frente aos romanos. Os comerciantes da Península Itálica sentiram a concorrência dos gêneros agrícolas cartagineses. Os patrícios, que cobiçavam as terras cartaginesas, apoiaram a guerra contra Cartago. Em 146 a.C., os romanos destruíram a cidade de Cartago, que se tornou província de Roma.

Com a vitória definitiva nessa guerra, Roma empreendeu o processo expansionista que a transformou em um império. O Mar Mediterrâneo, a partir de então, passou a ser chamado pelos romanos de “mare nostrum” (mar nosso). Roma transformou-se na maior potência política, militar e econômica da Antigüidade.

Dr° Rainer Sousa Mestre em História

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